A partir de uma experiência de testagem e monitoramento em um território considerado vulnerável, é possível um olhar mais detalhado sobre para as estratégias de controle pandêmico por meio de ações de contenção que, embora previstas pela Organização Mundial da Saúde, são pouco presentes no imaginário social e no próprio sistema de saúde, em que a busca de saídas para a contingência está centrada quase que estritamente ao universo hospitalar.
Como médica sanitarista e parte da equipe de Núcleo de Apoio da Saúde da Família, em março de 2020 fui alocada para trabalhar no atendimento às famílias no Módulo de Saúde Vila Soma, uma das maiores ocupações urbanas da América Latina. Trata-se de um território ainda em processo de regularização, onde 100% dos dez mil moradores viviam em moradias sem água encanada, esgoto ou coleta de lixo. Porém, tinham uma ampla capacidade de organização local no enfrentamento de adversidades.
Conteúdo originalmente publicado no Portal da Unicamp. Continue lendo.